O Despertar para o Amor Próprio: Uma Reflexão Sobre Relações e Vaidades.

“Amar ainda é o exercício mais difícil de ser executado.”

A falta de conexão com o próprio interior nos afasta de nossa essência, e essa ausência de si mesmo nos torna carentes. Quando estamos assim, nós temos a necessidade de ter alguém para preencher o tempo, já ficou assim?

Penso que sim. Eu não sou um E.T., e às vezes ainda fico nesse estágio de vazio que sufoca a alma e congela as extremidades.

Sentir solidão é como se você não se bastasse, é como se você precisasse de alguém para tapar o buraco que somos e começar a ter uma relação para tentar tapar o seu vazio. É uma sandice sem tamanho, é incalculável o tamanho do erro que cometemos connosco na busca insana de viver um amor “perfeito” ou ser o cidadão que tanto sonharam.

Embora para mim a perfeição seja um conceito falhado e ilusório, eu sei que todos a almejamos, e é por isso que a roda continua a girar.

Quando nos interessamos por alguém, a gente procura saber do que a pessoa gosta, e a partir daí montamos um personagem perfeito para que o outro goste de nós. Entretanto, o tempo passa e com ele aquilo que realmente é acaba saindo aqui ou ali, sabe? Por isso, não comece nenhuma relação humana por interesse ou carência, a não ser que essas condições sejam acordadas, e ainda assim, eu não acho que isso dê um bom resultado. A relação pode até durar, mas o valor das coisas não estão no tempo que elas duram, já dizia o poeta, não é? E para além disso, as coisas ruins que nos acontecem nunca foram passageiras, portanto, uma relação duradoura não é algo a se contemplar, não sem antes averiguar sob qual pilar que ela se sustenta.

Tem muita gente que volta para casa não porque quer voltar, mas porque tem que cumprir o acordado, tem que ser sensato. Tem muitos corações solitários por aí cumprindo as obrigações acordadas numa A4, sofrendo e fazendo sofrer. Tem, tem!

“O caminho se faz caminhando” é uma das frases mais assertivas que já ouvi, e aprender com os nossos erros é de suma importância para quebrar ou prolongar a corrente kármica que temos.

Para se relacionar com quem amamos e sermos de fato amados, devemos nos abster das vaidades, e isso não tem nada a ver com não usar batom ou abandonar aquela bota de inverno maravilhosa, não, nada disso! (risos).

A vaidade da qual temos que nos afastar é aquela que nos enfeia, e não aquela que nos embeleza. Tudo o que nos dá vida que traz cor e leveza deve ser mantido. Nós devemos deixar de lado aquela vontade de parecer bonita demais na foto, sabe?

Uma dessas vaidades é se colocar como o “super” e achar que deve ensinar.

A hierarquia é muito importante nas relações entre pais e filhos, mestres e discípulos, chefes e subalternos, anciãos e descendentes. Entretanto, ela não deve existir numa relação amorosa.

Não devemos nos colocar como professores numa relação de amor porque quem ensina é superior àquele que aprende, portanto, o superior pode e deve ser autoridade daquele lugar, e isso nunca será amar!

Numa relação de amor, existem partilhas de conhecimentos, de sonhos, de estradas, há partilha de vivências. Partilhar o que se sabe com quem se ama é a chave para o sucesso. Isso é amar.

Ao passo que se acharmos que podemos ensinar o outro a viver connosco é o mesmo que dizer para essa pessoa que não amamos, que ela deverá fazer por merecer ser amada e será treinada para obedecer. Caso não aprenda a obedecer, perderá a posição. Cruel, não é? Nós temos um bocado de vida assim!

Se nós entendermos isso como uma relação de amor, é porque estamos doentes e precisados de ajuda. Acho que esse é o maior dos vacilos.

Entretanto, a vida é uma soma de aprendizados, e devemos nos atentar sempre a cessar ou prolongar o Karma. Podemos amar de verdade ou fingir que amamos, basta entender que laranjeiras não dão limões e fazer a sua escolha.

“Valar morghulis.”

Morrer para as vaidades é nascer para o amor, e nada pode matar aquilo que já foi morto.

Buda dizia que o ser é aquilo que pensa, fala e faz. Portanto, o ser é o único responsável por ele mesmo.

Nós podemos notar que as nossas vaidades, carências e todo o nosso ser, e consequentemente a isso, podemos controlar os cinco agregados (5 sentidos). Abster-se disso com tranquilidade é o exercício que os amam praticam.

Se, para retornar a si, você precisar coagir, gritar ou ameaçar, é sinal que você ainda está longe de chegar. Deixe a calma reinar e seja agraciado com a sua nobre presença. Se isso acontecer, você saberá que está em casa. Bem vindo(a) de volta.

Deixemos o Sol brilhar…

Que o pranava OMM esteja presente nos nossos dias./*\

Gratidão,

Dan Dronacharya

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

2 comentários

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