EU SEI E COMO SEI

A gente se acostuma a acordar de manhã, dá um sobre salto da cama, porque está na hora,  a gente se acostuma tomar café correndo porque está atrasado.

A gente se acostuma a ler o jornal no transporte porque não pode perder tempo na viagem,  a comer sanduíches porque não tem tempo para almoçar.

A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir comerciais. A gente se acostuma a lutar para ganhar dinheiro, a ganhar menos do que precisa e a pagar mais do que as coisas valem. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não a das janelas ao redor. A gente se acostuma a não abrir de todo as cortinas, e a medida que se acostuma, esquece o sol, o ar, a amplidão e esquecemos o amor.

A gente se acostuma à poluição, à luz artificial de ligeiro tremor, ao choque que os olhos levam com a luz natural. A gente se acostuma às bactérias da água potável, à morte lenta dos rios, à contaminação da água do mar. A gente se acostuma à violência, e aceitando a violência, que haja número para os mortos.

E, aceitando os números, aceita não haver a paz. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza para preservar a pele. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma.

A gente se acostuma, e eu sei que não devia e como sei.

Gratidão eu sou!

Dan Dronacharya
Bom dia, feliz 2016!

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

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