” Paz é deixar de lado o escudo e a espada e dormir sossegada.”
Olá amores,
Reza a lenda que hoje eu deveria estar a lecionar na primeira turma da escola de magia.
Entretanto, ontem escrevi sobre o silenciar das nossas vozes mentais e hoje volto ao mesmo assunto porque depois dos feedbacks fui meditar e percebi que posso ter causado alguma confusão com a minha fala.
https://www.yogacomadan.com/o-silenciar-das-vozes-demoniacas/
Bem,
Perguntaram-me se eu danço com demónios?
Hahaha, vale-me, minha nossa senhora, das folhas secas que bruxa nunca dançou com demónios, não é mesmo? Dancei com vários e matei-os todos.
Isso, mesmo eu disse que não havia mais demónios em minha vida, pois eu os tinha matado e pasmem, a pessoa disse-me que não se pode matar os demónios. Eu ri outra vez, mas desta vez o riso foi contido, ri de nervoso, como assim? Não conseguimos vencer o mal na nossa vida? Quem não consegue? Que falta de reverência com o Divino que vive em si.
Portanto, hoje volto ao mesmo assunto porque depois dos feedbacks fui meditar e percebi que posso ter causado alguma confusão com a minha fala.
Quero esclarecer que o exercício diário de um yogi é o silenciar da mente primaria, que é naturalmente barulhenta, inquieta e merecedora de educação.
Portanto, para um yogi a liberdade só pode ser alcançada com muita disciplina, essa retidão em se auto observar emudece as inúmeras vozes mentais por mim aqui chamadas de demónios.
Posso nomeá-los, pois tal como a deusa Kali, eu os tenho em um colar de contas.
Eu dancei com o demónio Insegurança por toda a minha existência e por conta desta dança enlouquecedora e doentia, acabei por rodar no salão com inúmeros demónios.
Dancei rock com o medo, estive em um tango maravilhoso e mortal com o ciúme, transpirei até pingar na salsa quente da traição, diminui o ritmo e me agarrei na música lenta da vaidade e do orgulho e não me sentei, não descansei, dancei até o fim do baile e lá fora ainda sambei com a desonestidade e a irreverência.
Ainda encontro alguns por aí nos muitos bailes que a vida nos dá, mas nada que me cause espanto, no máximo um riso contido.
O Yoga nos ensina a como lidar com as nossas intemperes e com as adversidades alheias, nós somos hábeis em contornar aquilo que não somos capazes de mudar. A dança agora é outra, é clássica como Beethoven e Mozart, transmite a harmonia, tem sintonia e espalha calmaria.
O Yoga é o frear da carruagem em disparada e desorientada, não se pode alterar o trotar dos cavalos sem silenciar as muitas vozes oriundas do exterior. A mente primaria do ser são os cavalos que conduzem a carruagem. O yogi consegue domar os cavalos, respiramos profundamente e demoradamente até despertar o silêncio, ele precisa ser sentido para ser ouvido.
Portanto, matar demónios é uma habilidade nata de um yogi e eu não seria uma Yogini sem tal poder. Isso é Yoga, aquela estória de ser hábil em ficar de ponta cabeça é ser bom em YOGA é lenda. 😊
Mas, por ora, deixemos o Sol brilhar mesmo que seja inverno, e acredite o ser precisa se esforçar para que ele brilhe, mas não titubei, o Divino habita em ti.
So Ham…
Gratidão,
Dan Dronacharya.