“Trecho do livro: A mente Sem Medo, Recomendo vivamente!
Dan Dronacharya
Há, penso eu, que há uma grande diferença entre “estar em comunicação” e “estar em comunhão”. Estar em comunicação é partilhar idéias, por meio de palavras, agradáveis ou desagradáveis, por meio de símbolos, de gestos; e as idéias podem ser traduzidas ideologicamente, ou interpretadas conforme as peculiaridades, as idiossincrasias, o fundo de cada um. Mas, na comunhão, penso que ocorre algo muito diferente.
Na comunhão não há partilhar idéias, ou interpretação de idéias. A pessoa pode estar, ou não, em comunicação com outros por meio de palavras, mas se acha em relação direta com o que observa; e se encontra em comunhão com a própria mente, com o próprio coração. Pode-se comungar com uma árvore, por exemplo, ou com uma montanha, um rio.
Não sei se já alguma vez estivestes sentado sob uma árvore e se realmente experimentastes
estar em comunhão com ela. Isso não é sentimentalismo, nem emocionalismo: está-se em contato direto com a árvore. Há uma extraordinária intimidade nessa relação. Nessa comunhão, deve haver silêncio, um senso profundo de quietude; os nervos, o corpo estão em repouso; o próprio coração quase parado.
Não há interpretação, não há comunicação, não há partilhar. Vós não sois a árvore, e tampouco estais identificado com a árvore: há só esse sentimento de intimidade em profundo silêncio. Não sei se alguma vez experimentastes isso. Experimentai-o, numa ocasião em que vossa mente não esteja a “tagarelar”, a divagar, em que não estejais a monologar, a lembrar-vos de coisas feitas ou por fazer. Esquecei tudo isso e procurai entrar em comunhão com a montanha, com um rio, uma pessoa, uma árvore, com o movimento da própria vida. Requer issoum extraordinário sentimento de tranqüilidade e uma peculiar atenção — não concentração, porém uma atenção natural e agradável.
Jiddu Krishnamurti
Gratidão eu sou! Dan Dronacharya