Café, Caramelo e Outono

“Reflexões Aconchegantes em Tempos de Incerteza.” 😉

O dia amanheceu com aquele tom cinza suave que só o outono sabe trazer… O Deus Outono é um dos deuses mais lindo. Existe uma beleza serena nessa estação que sempre me envolve, me entorpece e me traz calma. Mas a minha mente anda exausta! Sinto um cansaço que vai além do corpo; é como se a minha cabeça estivesse repleta de pensamentos intrusivos, pesados, que insistem em tumultuar a paz que tanto anseio, uma frieza corporal com tremores nas extremidades quase que insuportáveis e ultimamente, essa confusão mental parece ter se tornado cada vez mais evidente aos olhos alheios.
Recentemente, minha reumatologista me encaminhou para um psiquiatra. Ela mencionou que minha ansiedade se espalhou como neblina na montanha em dias frios, tornando-se generalizada e que estou começando a mostrar sinais de depressão.
É curioso como a nossa perspectiva muda quando nos encontramos do outro lado, não é? Quando somos nós a precisar de ajuda. Entre o calor das meias nos pés e o caos dos pensamentos na cabeça, busco distração em uma xícara de café e algumas balinhas de caramelo. É engraçado como coisas tão simples, tão pequenas, podem proporcionar alívio temporário, quase como um abraço silencioso enquanto o turbilhão interno continua.
Dizem que o outono é uma estação sombria. De vez em quando, me pego refletindo sobre essa lenda, que parece fazer tanto sentido para tantas pessoas (risos). Há quem diga que o outono é o tempo de reclusão, de introspecção, um chamado para mergulhar dentro de nós mesmos. Mas por que será que essa estação, em particular, é considerada a única adequada para essa jornada interior? E as outras estações? Não seriam igualmente propícias para essa conexão entre o ser e a sua essência? O que nos leva a acreditar que esse processo de autodescoberta deve acontecer apenas em um período específico do ano?
Se pararmos para refletir, perceberemos o quanto somos irreverentes em relação ao nosso próprio ciclo natural. Talvez seja essa irreverência que nos faz sofrer, adoecer e, no fim das contas, nos permite murchar, quase sem perceber, como folhas outonais voando soltas no vento. Tudo isso acontece porque esquecemos de olhar para dentro em outros momentos do ano. Nos desconectamos da nossa essência enquanto o mundo ao nosso redor continua seu ritmo próprio, e, quando percebemos, já estamos à mercê das nossas próprias escolhas negligentes.
Portanto, antes de acreditar em qualquer lenda que associe a introspecção exclusivamente ao outono, que tal nos permitirmos essa exploração interna em qualquer estação? A autodescoberta não precisa estar vinculada a um período específico do ano. Humm! Melhor consultar uma boa bruxa antes de tirar conclusões por aí… O que você acha? 😉
Relaxa, responda somente a si! Agora e por ora, talvez seja mais coerente permitir que o Sol nos aqueça, mesmo que as lágrimas orvalhadas de uma deusa apaixonada pelo Deus Outono sejam contrárias a isso.
Gratidão;
Dan Dronacharya.

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

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