As conversas mentais

Com o passar do tempo a gente passa a identificar o que cria e o que alimenta os diálogos mentais. É com o TIC TAC do tempo que vem o “tal” despertar e ele vem carregado de problemas, isso acontece porque estamos acordando, todo este desconforto nada mais é do que o acordar para o que você é? Esse “despertar” é o abrir dos olhos, é o entendimento de que você não é nada do que a sua ancestralidade falava e você também não é nada deste personagem que você montou para sobreviver. O despertar chega e quase põe-te louca, pois, vem destruindo um mundo de fantasias e essa desconstrução não é nada fácil de suportar. Quando ele chega geralmente a gente tenta fugir, negar e culpar os outros pelas mazelas que carregamos. Eu conheço um ditado que diz, assim: “a gente tenta ser bom e tenta ir para o céu, mas as pessoas não deixam.”(risos). Hoje depois de assistir muitos dos meus diálogos mentais, sei que as pessoas pouco ou nada podem fazer para que alcancemos, ou para que percamos o nosso céu. Segundo o maravilhoso Eckhart Tolle (escritor e mestre espiritual), ao reconhecermos as vozes que temos na nossa mente, despertamos em nós um conhecimento que não “mata” o espírito que nos habita, mas desperta em nós um amor compreensivo e uma consciência observadora. Eu concordo com ele, e sim, isso é curador! Vamos falar sobre esses diálogos e a consciência que os observa…

Teoricamente essas conversas começam quando a mente está vazia, mas eu não concordo muito com esta afirmação, mas quero-me ater ao assunto das conversas mentais. Eu passei a observar essas conversas como quem assiste uma novela ou ouve uma boa fofoca, e como boa ouvinte e expectadora que sou eu fiquei cá do la de fora da novela observando e dando os meus palpites e a novela também me fez entender os meus questionamentos.

Observei, então, que tenho vozes; Ops! Espera aí, meus amores! Preciso informar que chamo as vozes de “demónios,” eu não acho que eles sejam todos do “mal”, por assim dizer, e eu até gosto de alguns, o meu marido jura, equivocada mente, é claro! Que eu adoro o demónio do ciúme (risos)! Os chamo assim também porque sinto a minha mente muitas vezes é um inferno, é muito barulhenta, tumultuada demais, confusa e dispersa, e independente de gostar ou não deles, o que é, é.
Os vedas falam sobre este tumulto menta e nos diz que exercício diário de uma yogini é silencia-los para alcançar a paz.

“O Yoga é o que acontece quando a mente cala.”

Recomeçando…
Observei as conversa e como elas avançam. Tem um deles (o intrigueiro), que sempre chega causando barulho, a mente pode estar ocupada com estudos ou outros afazeres, ele sempre chega sorrateiramente e diz: “olha isso”, “perceba aquilo” “vão enganar-te” “não confie” “é mentira,” “abre o olho” E tantas outros blá, blá, blá. Sempre quer chamar a sua atenção para algo além daquilo que realmente se passa. Ele pode facilmente convencer-te de que és tola, ele conhece as suas mágoas, traumas e medos, ele é sorrateiro e você vai achar que está mais intêligente porque acabara se convencendo de que sabe de coisas não expressadas e isso é a maior tolice da mente. Não dê muita atenção ao entrigueiro. Ele falará muito sobre os seu passado e fica recordando quantas vezes traiu e foi traída. Causa muita confusão!


Mas o papel dele é trazer a informação, existe um outro que a alimenta e quem alimenta a confusão é o garçon, ele coloca a sua cabeça na bandeja e serve aos outros que estão ali para que eles possam devorar-te.
Tem também o demônio espião, ele que quer que você vigie tudo, até o pensamento alheio e também desperta em nós uma sensação de estarmos sendo enganadas o tempoo tudo, você passa a acreditar que as pessoas querem seu mal. E também tem o carteiro que é diferente do intrigueiro, o carteiro é fofo e ele traz informações do exterior e ele nem sempre é mal, muita das vezes ele traz-te a real. Ele vive no inferno da minha mente, é classificado como demónio, mas eu penso que ele é anjo (risos), este anjinho é aquele que fala-me sempre que devo voltar para o agora, ele costuma dizer assim: “perceba a realidade,” “você pode estar confusa” “acalma-te”, “aqui fora está tudo bem, aprecie a realidade pequena Dan!”
É ele quem me diz para usar os meus sentidos e ter a consciência do meu interior, é ele quem mostra-me que todo o resto do mundo são apenas mundos diferentes do meu.


A sua voz é terna e não gera desconforto, ela acalma e conduz-me ao verdadeiro EU.
Não ouça a sua mente quando ela falar contigo de maneira rude, a ouça somente quando ela falar de maneira terna, é só assim que a sua mente racional pode levar-te a progredir na vida e no Yoga.
Gratidão eu sou, OM!!!
Dan Dronacharya

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

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