A simplicidade e a Autenticidade da Vida 

“Se eu pudesse personificar Deus, diria que ele é um senhor simples, bondoso e responde pelo nome de Vanderlei Divino Eterno, meu pai é a forma humana do criador.”

Talvez a resposta mais adequada para aquela velha questão sobre o que é a vida, seja a de que a vida não tem explicação, simplesmente porque não nos é possível descrever Deus.

Ele é bem maior do que a nossa mente possa conceber, portanto a vida é Deus e ela é para ser sentida, vivida com plenitude e abundância.

A vida não é para ser explicada como a fórmula de Bhaskara, ela é simples, mas não é fácil como a matemática.

Os dilemas da humanidade sempre foram cheios de complicações totalmente desnecessárias ao nosso progresso e mesmo depois de séculos da nossa existência, cá estamos nós com os mesmos dilemas e cada vez mais aflitos e estressados.

Na verdade, não é preciso aumentar o ritmo e nem perder a paciência para se ter sucesso nesta vida, penso que podemos manter a tranquilidade na alma, a segurança nos passos e o amor no coração e tudo acontecerá a seu tempo.

Com passar dos anos, as máscaras e os personagens que criamos para viver, sobreviver ou se safar se desfazem e se degeneram na mesma ilusão que os criaram. A maturidade mental chega quando já estamos cansadas do peso que estes personagens agregaram em nós, quando o sobrepeso se torna angústia e abafamento, estamos maduras quando conquistar já não nos interessa e acabamos clamando por liberdade, querendo ser de verdade e a vida se revela simples, descomplicada e suave feito chá de maça.

A descoberta da simplicidade da mente ou seja a descoberta da beleza da vida nos traz a aceitação com o todo e com tudo que nele há. A gente fica cada vez menos tolerante com as fantasias, com as mentiras e com os jogos baratos de sedução, irritamo-nos facilmente com a discrepância da maldade transvertida de regras sociais que circulam livremente na moral da sociedade atual, e então, optamos por viver distantes daquilo que nos rouba de nós.

Este comportamento é observável naqueles que buscam uma vida mais santa como monges, padres, freiras, gurus, ermitões e sadhus . Toda pessoa que encontrar a si se afastará um pouco daquilo que os outros idealizaram para ela. Isso é a mais perfeita paz para mente que está estafada do mundo.

Com o ampliar da consciência é possível ver que aquilo que ganhamos com os nossos personagens não valeram nem o cansaço de termos carregado as máscaras quanto mais de ter perdido o tempo com satisfazer as expectativas dos outros.

Portanto, quanto mais ganhamos em consciência mais descartamos as obrigações e as exigências dos outros e com menos gente para ser agradada, mais valorizaremos a nossa própria vida. Simples, não é? Entretanto, algo ainda me deixa profundamente intrigada. Parece simples, mas se é realmente simples, eu já não posso afirmar (risos). Se fosse tão simples assim, qual é a razão de girarmos a roda (samsara) dessa forma? Não teríamos uma outra maneira? Por que insistimos em desmerecer a vida antes de valorizá-la? E, por que é que nós não invertemos isso?

Não acho que precisamos querer inverter o pensamento mundial, mas por que não inverter o nosso próprio pensar? Por que seguir sem entender? Talvez a mente ocidental ou seja o pensamento ocidentalizado ainda esteja carregado de crenças limitantes e ilusórias. A gente complica ao invés de simplificar, nós ficamos apegados facilmente ao sofrimento, reclamamos de tudo antes de agradecer. Até parece que a nossa mente vive na postura de “sirshana” (invertida).

Enquanto nós somos jovens e somos cheios de vigor, passamos o tempo todo correndo atrás dos sonhos que os outros idealizaram para gente e quando envelhecemos lamentamos por ter vivido os sonhos dos outros e ficamos arrependidos por não termos aproveitado a vida a nossa maneira.

Parece que existe uma energia, uma onda ou talvez seja só uma cultura de irreverência a sua verdadeira essência, somos educados desde a tenra idade para seguir a corrente sem questionar, nós somos alimentados o tempo todo com o desejo de ser “alguém” e depois já acostumados com essa ilusão de viver os sonhos alheios, passamos a ensinar a mesma lição aos nossos descendentes, alimentado assim, a eterna roda do sofrimento chamada Samsara.

Somos nós os responsáveis pela vida que levamos e é por falta de coragem de sermos individuo, por medo de nos revelarmos quem realmente somos é que fingimos ser quem não somos. Isso é irreverencia ao Divino que nos habita e gera as sobrecargas e essas nos levam aos descontroles emocionais e muitas vezes se inicia uma nova busca. Quando ficamos frustrados por não conseguir ser aquilo que alguém idealizou é quando iniciaremos a nova busca insana por respostas prontas. Bingo, né galera?

Calma eu sei! A dor da decepção é a dor mais forte que eu conheço e quando ela chega e invade o nosso peito, nós teremos pressa, muita pressa em cessar essa dor, nós vamos querer ficar livres daquela dor que nos assola a alma e nos dilacera os corações, o quanto antes possível e com isso lotaremos os gabinetes dos terapeutas, psicólogos e gurus, como se essas pessoas pudessem resolver todos os problemas que criamos durante toda a nossa vida, além de ser outra tolice da mente, isso também é perigoso porque sem perceber é aqui que nos entregaremos mais uma vez ao mundo perfeito que não foi você o idealizador dele. Desacelere neste momento! Tenha cuidado com os vampiros e volte a si, siga o exercício a seguir antes de prosseguir na leitura.

“Tenha calma contigo, disse-me um sabio uma vez!”

Respire! Conte 1, 2, 3, 4 inspirando, guarde o ar no fundo do seu abdômen e repita a contagem 1, 2, 3, 4. Expire e eleve a contagem até 8 (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8). Entre em contato consigo e entenda que ninguém pode ser você por você, ninguém pode viver a sua vida por você e ninguém morrerá no seu lugar. No final das contas tudo o que a gente precisa está dentro de nós mesmos e não é necessário buscar respostas no exterior. Respire profundamente! Ommmmmmmmm….

Todas as respostas já estão consigo, lá fora temos as coisas que podem colaborar conosco, que podem ajudar-nos a crescer naquilo que realmente desejamos e somos abeis, o mundo é diverso e está repleto de ferramentas. Entretanto, nós insistimos em ser ferramentas ao invés de sermos matéria-prima, insistimos em moldar as coisas e não a observamos os nossas falhas, nós nos imbuímos de um saber que não possuímos, nos enchemos dos conhecimentos colhidos de livros que foram escritos por outras mentes que se inspiram em outras e assim vai.

Por tanto penso que devemos amadurecer as frutas colhidas no mundo e tentar discernir se você realmente partilha do mesmo pensamento, se aquele expressar é também o seu ou se por acaso está a montar um personagem para agradar alguém ou se safar de alguma enrascada. Tenha sinceridade consigo. A vida é plena, bela e doce e as pessoas despendem muito tempo montando cenários e tentando convencer os outros de que o personagem montado é o verdadeiro, isso não vale a pena, isso é coisa de gente pequena que não consegue se assumir, isso agrega sofrimento a alma para além de ser uma falta de reverencia ao Divino da sua alma. Só monta um personagem quem não gosta de si mesmo e não aceita a sua essência, ok!

Pausa para pensar sobre não aceitar a nossa ESSÊNCIA. Com o clarear do pensamento nos ficará fácil perceber a tólice que cometemos quando temos essa necessidade idiota de agradar os outros e deixar de viver a sua vida, fica irritantemente claro como somos tolos em não reverenciarmos o Divino que nos habita. Por tanto é possível saber que é impossível viver enquanto estivermos em cima do palco e brincando num conto de faz de contas.

O fechar das cortinas é fundamental quando se quer experimentar a vida com toda a sua plenitude, não se pisa no chão quando temos a mente nas alturas, nós temos que nos abstermos das vaidades e a da necessidade de sermos alguém idealizado por outrem, só assim a vida nos será possível. Com o fim do espetáculo e a saída definitiva dos camarins nos será permitido sentir de verdade quem realmente somos.

A desilusão entre em cena nos mostrando que a vida é muito mais ampla e também é cheia de pormenores que nós mesmos inventamos por estarmos cheios dos personagens que outrora tivemos que criar. Penso que é chegada a hora de retornar, eu já não quero brilhar, não quero alcançar o topo e não desejo mais agradar ninguém.

Eu quero é ter os meus pés descalçados e o meu cabelo bagunçado, eu já não quero mais ter que ter um rímel na bolsa para ser uma mulher de verdade. Eu quero é sorrir alto e livremente, mostrar todos os dentes, esbanjar e espalhar felicidade, eu quero esperar a morte plena como uma Yogini que sou. Portanto, não estranhe o meu jeito verdadeiro de ser, não é nada consigo, é comigo! Eu estou de partida para a minha casa. Que o pranava OMM esteja presente nos nossos dias…

Com gratidão,

Dan Dronacharya .

Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

3 comentários

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