Viver com Sindrome de Raynauld

Não se preocupe, deixa isso pra lá, larga a mão disso ou então, és preocupada demais e…

Desde que comprovou-se que meu organismo reage excessivamente ao stress emocional e ao frio(fenômeno de Raynauld) que tenho sentido-me mal com algumas situações, observei que as pessoas passaram a tratar-me como quem carrega uma dinamite que você sabe que está pra explodir, então você trata ela com todo cuidado, carrega devagarinho porque se não ela pode explodir, né? BUMMMMM!
Pois, é exatamente assim que tenho me sentido e isso tem levantado um monte de demônios, voltaram as muitas conversas mentais e retornaram as eternas discussões dentro da minha cabeça, é um disse e me disse danado que tem deixado-me muito cansada e eu não tenho conseguido silenciá-las totalmente.
Tenho feito muitos exercícios mentais, eu tenho tentado manter a mente tranquila, mas isso também tem me desgastado um bocado, ando exausta e essa é a verdade!
Noto que dentro de mim cresce cada vez mais uma certeza de que vou “superar”, quer dizer, que vou aprender a conviver com isso e que devo deixar de ser iludida e aceitar.
Aceitar que sou essa tsunami toda mesmo, entende? Aceitar que devo compreender mais do que ser compreendida, que não devo querer o controle de tudo, que não sou perfeita, aceitar minhas deficiências e tudo aquilo que não posso transformar, aceitar e CONFIAR. Fogo!!!
Descobrir essa doença foi libertador e ao mesmo tempo aterrorizante, não é fácil saber que se tem uma doença que dá cabo de ti e do seu sistema nervoso, não dá pra ficar tão ZEN, né? Fala sério! Uma hora você está a tremer, outra hora está em pânico com um frio interno do caraças e com as extremidades totalmente pálidas,frias e doloridas isso é a MORTE, eu a enfrento todos os dias e não tem sido nada fácil! Haja pranayama…
O Yoga nos ensina que devemos aceitar a realidade e que a ilusão é o veneno da mente humana. Eu sei disso e estou neste exercício, estou inteira nisto!
A busca até tem sido facilitada por todos que convivem comigo, afinal, todos já sabem da fragilidade da pessoa aqui, né? Então todos são delicados e amorosos (risos), eu sei que não devo ofender-me com isso, sei que devo sentir o amor e o cuidado com meu ser, sei que é só amor, eu sei, sei sei! OMMMMMMMMMM!
Nestes dias também tenho tido a companhia tranquilizante do maravilhoso Eckhart Tolle, um dos melhores mestres que conheço, recomendo toda a sua obra, vivamente.
Tenho lido bastante este grande mestre e esses dias num desses muitos livros, ele falou sobre o dom de OUVIR.
Eu fiz o que ele sugeriu no livro e observei o meu ouvir.

“Silencie o seu interior para que possa ouvir o outro…
O ouvir não julga, não trás nenhuma sabedoria incutida…
Quem OUVE de verdade, faz como uma criança quando ouve uma mãe…
Ouça com o coração!”
Dan.

Eu notei que ouvir o outro de verdade requer a sua presença e isso não pode ser feito com aquilo que temos em mente, não tem como ouvir com a mente em outro lugar, é necessário silenciar a si e nós, geralmente não fazemos isso.
Nós ouvimos com um pré-julgamento, com uma opinião mental pronta, sempre temos um conselho, uma opinião ou sequer ouvimos.
Às vezes ou muitas vezes escutamos como quem escuta uma propaganda na rua, daquelas que passam num auto falante ou seja não damos atenção nenhuma a expressão do outro.
OUVIR segundo Eckhart Tolle requer uma consciência do SER, saber ouvir é saber acolher e não montar juízos de valor nas expressões dos outros.
Saber ouvir é se entregar, é silenciar para captar a energia do outro.
O ouvir o outro é um troca linda de energia, onde um ser se entrega e o outro acolhe, o fruto disso é a gratidão.
Um ser sente-se grato por ter tido quem o escutasse e o outro porque escutou, afinal, alguém confiou nele.
Saber ouvir desperta a gratidão!

“É preciso saber diferenciar uma pessoa nervosa de uma pessoa irritada .”

Seja amor com quem for e se não puder ser amor aja como se pudesse, caramba! E se você tem uma pessoa nervosa na família ou se conhece alguém, saiba que não é preciso andar devagarinho, ela é como todo ser humano e só precisa de acolhimento.
Gratidão eu sou!

Dan Dronacharya