As conversas mentais e os relacionamentos

“Amar alguém machucado é uma das artes mais nobres e belas, e só as possuem quem ama de verdade… É bom ter quem lhe trata as feridas. Gratidão.”

Geralmente a gente sabe o quê e quando os gatilhos são ativados na nossa mente, nós percebemos quando as conversas mentais começam, mas a gente se envolve nestes pensamentos e, alí ficamos presos, daí por diante a desordem é certa. Era tudo que a mente precisava! O coração dispara e em segundos a sua mente fala um bilhão de coisas, tudo muito fica confuso e a única certeza que se tem é de que você corre perigo, de que alguém ou algo vai tomar o que é teu, ou que vão deixar-te para trás ou alguma coisa do género. É uma sensação de inutilidade inenarrável, chamam isso de não aceitação do presente, mas eu acho que é isso e mais um pouco. É desconforto, é dor, é muito medo, é uma sensação de abandono, terrível. Repito, meus amores! Isso é uma confusão do caraças e não é algo bom e o pior é que na maioria das vezes nos conscientizamos de que é ilusão, mas não conseguimos sair do tumulto. Devemos tomar atenção neste ponto… Sabe aquela vozinha que fala contigo, “então?” Preste atenção, pode ser só a sua mente a lembrar-te dos teus medos, dos teus enganos ou dos teus erros. A mente tem uma necessidade imensa de problemas.

Se você estiver muito tranquila ela vai inventar ou buscar algum fato do passado que te deixa inquieta. Essa voz te diz “lembra de quando o fulano fez aquilo contigo?” Lembra daquela vez que usaram a sua falta presença? Pois, é importante responder a esses questionamentos, devemos perceber que tudo o que temos medo, na verdade, já aconteceu e agora não temos nada a temer. É importante perceber que pode não mais acontecer, Eckhart Tolle ensina isso no seu maravilhoso livro “a prática do poder do agora”, ele diz que se mantivermos a nossa mente no agora ela perde contato com o tempo. E é o tempo que a alimenta, com isso a gente desperta um observador, uma presença, uma consciência maior e quando isso acontece a gente consegue identificar as tantas vozes mentais que temos. Tome consciência desta inteligência que em ti habita.
Nas crises a insegurança aumenta na mesma proporção que a sua intenção quer que ela diminua, quanto mais falar pra ti que não quer saber mais a sua mente vai pensar naquilo que não, quer, o engraçado ou o inacreditável é que a pessoa nesta situação não quer confusão, não quer desentendimento, mas é só isso que a pessoa consegue.
Eu entendo que é preciso amar muito, muito mesmo para conseguir conviver com uma pessoa machucada, é por isso que não acho que seja uma questão relacionada a confiança que se tem no outro, acho que uma questão é confiar em si ou de reconquistar essa confiança. Penso que é daí que parte as nossas fraquezas e acabamos inconscientemente perpetuando o ciclo de dor e sofrimento. Temos medo de ser confiantes, determinados e decididos porque isso vai mostrar-te que ninguém é (100%) de ninguém e nem poderia ser (risos) Nietzsche dizia que “amamos o que as pessoas despertam em nós e nada mais.” Por muitas vezes pensei que ele tivesse razão, mas depois entendi que ele nunca amou de fato (isso é minha opinião). Mas enquanto não amar de verdade, você segue como Nietzsche, ou seja, tendo a certeza de que a gente ama o que os outros despertam em nós e se observarmos bastante a gente acaba entendendo o pensamento deste génio. Analise… Quantas vezes, você já ouviu alguém dizer que“ O amor acabou”, ou que “o fulano não era nada do que eu tinha pensado”, ou “no fim descobri que não gostava dele”. Amar vai, além disso, vai muito além de gostar do quê o outro proporciona-te. Penso que o amor é quando a gente ama por amar, assim, sem procurar a autossatisfação, vai mais para o lado de querer a satisfação e a felicidade do outro. OMMM!
Gratidão.
Dan Dronacharya


Sobre Dan

Estudante da consciência, Escritora e Professora de Yoga

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